quinta-feira, 30 de junho de 2011

COPA AMERICA 2011

30/06/2011 07h25

Especial Copa América: Luxa 'acha' R10 e ganha título invicto em 1999

Técnico lançou craque - que voltou a comandar no Flamengo - na Seleção e estreou em competição oficial resgatando a força de um grupo amargurado


Por SporTV.com Rio de Janeiro
Pouco a pouco, o rótulo de perdedor na Copa América ficava para trás. Com as conquistas de 1989 e 1997, o Brasil se encorpava novamente no cenário sul-americano após 40 anos sem erguer o troféu. Já com um intervalo de dois anos, a competição desta vez serviu para que uma geração de muita qualidade superasse a dolorosa perda do Mundial de 98, para a França. Sob o comando de Vanderlei Luxemburgo, um rolo compressor deu as caras no Paraguai e, de quebra, revelou em larga escala um projeto de craque: o jovem Ronaldinho Gaúcho.
Esses temas compõem a terceira reportagem da série "Conquistas da América", apresentada pelo SporTV News ao longo desta semana, que marca o início da edição da Argentina, na sexta-feira, com duelos entre Messi, Neymar, Forlán, Falcao Garcia e companhia.
Confira a reportagem exclusiva no vídeo acima!

O treinador estreava em um torneio oficial e lembra bem do momento em que decidiu "dar experiência" àquele "moleque", que estava arrebentando pelo Grêmio, na partida contra a Venezuela, em que a Seleção já goleava.
- Vou botar esse moleque para jogar logo, dar um pouco de experiência. E na primeira bola que ele pega, faz aquela confusão, com o gol bonito, e o Galvão (Bueno, narrador da TV Globo) começa a gritar que nem um doido - diverte-se Luxemburgo, que já havia aberto espaço a R10 em um amistoso frente a Letônia, meses antes.
Decisão dura e responsabilidades

Mas, apesar da invencibilidade, nem tudo foi fácil para a comissão técnica. Na hora de apontar o capitão do time, o atual comandante do Flamengo escolheu Cafu, em detrimento de Leonardo, com mais tempo de bagagem. O meia, então, optou por não continuar no grupo.
- Era meu início, e logo houve uma situação muito complicada. Optei pelo Cafu para ser capitão, e o Leonardo ficou mexido. Em seguida, pediu dispensa da Seleção. Até hoje não ficou muito claro isso - lamenta Luxemburgo.
Contar com craques do calibre de Roberto Carlos, Rivaldo e Romário é um alento. Eles, porém, vinham de uma grande decepção, já que o Brasil tropeçou feio na final da Copa do Mundo.
- Havia um resquício da perda para Ronaldo, Rivaldo, esse pessoal. Eles queriam se firmar e havia a cobrança. Eu via no semblante que eles queriam muita coisa ainda. As minhas conversas eram que a próxima Copa do Mundo era deles. A derrota de 98 veio muito viva para essa Copa América - confessou.
Certeza do título

Depois de uma primeira fase impecável, as semifinais reservavam os tradicionais rivais: Argentina e Uruguai, que quebraram a sequência canarinho com conquistas em 1991, 1993 e 1995. Ainda assim, Luxemburgo diz que jamais duvidou do time que tinha em mãos.
- Você sente quando um time vai ganhar, que está próximo de uma grande conquista. Quando você vai disputar algo pela Seleção, tem de ganhar. Se perder, a coisa complica (risos). Aquele jogo contra a Argentina foi complicado. Eles fizeram um gol, mas eu sabia que tiraríamos aquela desvantagem. Eu tinha Amoroso, Rivaldo e Ronaldo. Eles faziam gol para caramba - destacou.
No dia da final, diante da Celeste, um novo bom pressentimento.
- Hoje não tem jeito, pensei: o Uruguai vai passar perrengue (vitória por 3 a 0). Não é que ficou fácil a competição, mas o Brasil fez ser fácil. Ao término do jogo, disse: aqui, rapaziada, acabou, mas não acabou. É só o início de um projeto vencedor.
De fato, aquele projeto se encerraria com o pentacampeonato mundial, em 2002, na Alemanha, ainda que o ciclo do treinador tenha sido encerrado antes de ver a geração, que ajudou a recuperar, se firmar e ficar marcada na história.
Na segunda e na terça-feira, o SporTV News deu voz a Romário e Zagallo para falar de 1989 e 1997. Na última, ambos trocaram farpas por conta de uma lesão do craque que o Velho Lobo não engoliu. Na sequência, o atacante Adriano, em recuperação de uma cirurgia no Corinthians, vai falar sobre o título de 2004, e Elano, a respeito da vitória em 2007, a última Copa América.

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